quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Reais pesadelos ou pesadelos reais?



A quantidade de vezes que tento repelir a dor para não chorar, a quantidade de vezes que grito e não quero gritar, a quantidade de vezes que fico apática e distante em vez de estar eufórica e presente como desejava.
A quantidade de vezes que oiço o que não quero e digo o que não quero dizer, quantidade de vezes que planeio fazer tudo e deixo quase tudo por fazer.
Queria estar no meu mundo utópico sem ser perturbada por alguém que me queira tirar de lá e trazer para este Mundo de dor e sofrimento, tanto físico como psicológico.
Ilusões criadas por mim, ilusões incutidas em mim pelos outros, há sempre discórdia em tudo para onde olho. Há sempre pessoas a gritar, a reclamar, a criticar e desdenhar tudo... Chega!! Já não aguento mais ouvir e ver estas coisas porque a minha sensibilidade absorve tudo, e eu mesmo não querendo, não consigo evitar sofrer tais investidas cruéis que me invadem o coração e a mente e me deixam introspectiva.
E encontro-me de novo perdida em mim mesma, sentindo o que não quero, afastando quem eu quero que esteja perto de mim. Quanto mais me tento afastar de mim, mais afasto os outros...
Queria que estes momentos fossem apenas pesadelos dos quais pudesse acordar e esquecer, ser sóbria e feliz, presente e viva quando estou acordada. Mas não são... E eu permaneço aqui, inerte e sentindo-me um robot em certos momentos. Mas a vida continua e eu tenho de deixá-la seguir, inserindo-me nela, apesar de me sentir aprisionada no meu próprio corpo e tentando acalmar a minha mente, que teima em reviver tudo aquilo que quero esquecer...

(Texto que escrevi algures em 2007... Dantes esquecia-me de pôr a data nas coisas, é por isso que não sei ao certo quando o escrevi)

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