terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Antagonismos



"Too see a World in a Grain of Sand
And a Heaven in a Wild Flower
Hold Infinity in the palm of your hand
And Eternity in an hour"

William Blake



O silêncio dos gritos, que saiam da sua boca, inebriava a claridade da noite. Seguia por uma rua larga de tamanho e pequena de beleza. A Lua brilhava nos seus olhos claros e sombrios de medo. Corria parada, pois ela corria apenas mentalmente. A sua garganta seca, mas molhada de sangue, deixava passar palavras sem nexo, mas que tinham toda a lógica do mundo triste e alegre, complexo e simples, cheio de nada e vazio de tudo...
Sem argumentos para expressar aquilo que era inexpressável, ela tentava arduamente dizer o que jamais poderia ser dito. O seu esforço, em vão, era fácil e quase ridículo, pois não tinha fundamento e era inútil. Mas ela não desistia daquilo que, para ela, era necessário, mesmo sendo desnecessário aos olhos das outras pessoas.
Andava perdida com o rumo que tomava e não sabia para onde ir, pois seguia na direcção certa.
Os seus pés, cansados de não andarem, continuavam a sua tortura andando, mesmo estando parados. As casas, pelas quais passava eram todas iguais, pois não saía do mesmo sítio onde tinha começado a sua caminhada incessante.
Na tentativa sem esforço de falar com alguém inexistente, falou tão alto e para dentro, que era impossível alguém real, ou não, ouvir as suas palavras ocas e cheias de coisa alguma.
Viveria o tempo que fosse preciso para morrer sem ter uma morte real, apenas um fingimento do seu corpo, que teimava em permanecer vivo, apesar de estar morto por dentro.
As suas mãos tremiam inertes e a sua cabeça girava parada com os pensamentos vagos, mas totalmente complexos da sua vida, passando como um filme sem fita na sua mente.
A imortalidade mortal permanecia em escassos interlúdios da mente e, fisicamente assentes, estavam as derrotas e vitórias de uma alma frágil e forte, perdida algures no infinito do tempo que nunca existiu, mas que a viu crescer e não sair da estaca zero.


Este texto foi escrito em 1/11/2008 e reflecte o que para mim sao antagonismos e escolhi a imagem da Fénix, porque é uma das figuras mitológicas que mais gosto e identificam a minha vida, pois já sofri várias metamorfoses para ser quem sou actualmente.
O texto está confuso nalgumas partes, mas a ideia é mesmo essa lol, pois a vida tb é confusa na maioria das vezes e sentimos um turbilhão tão grande de diversas coisas ao mesmo tempo. que normalmente nem sabemos para onde nos virar e digerir tudo no mesmo instante.

Yay já estou quase de férias!!! =D
Estou doida para que chegue a passagem de ano... la la la =P

2 comentários:

Anónimo disse...

gostei particularmente deste texto cathe ^^
davas uma escritora de ficção =p
uma longa vida para o teu blog *

Someone, No One disse...

*arroto*

=P

coiso... amanha ^^